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quarta-feira, 28 de julho de 2010
Reforma política - tudo a ver com a vida do cidadão
Por Alberto Mourão
A questão da reforma política é importante. As pessoas pensam: o que reforma política tem a ver com minha vida, com emprego, tributos, relação com empregador, capital, problemas dos pedágios, a questão da saúde? Tem tudo a ver. Senão, vejamos.
No Brasil, acostumamo-nos e nos acomodamos com a estrutura política atual, com 32 partidos e cem mil candidatos em uma eleição. Isso cria dúvidas em relação a essas campanhas pelo seu alto custo, porque o excesso de candidatos gera um excesso de gastos, que acaba criando problemas direta ou indiretamente para a sociedade. Porém, quando se elegem nossos representantes , seja para vereador, deputado estadual, federal, senador, governador, presidente, fazemos isso, claro, dentro do atual sistema – de excesso de partidos e também de uma forma na qual ocorre uma pulverização de candidatos indo em qualquer lugar buscar voto. O problema é que, na maior parte das vezes, esses candidatos vão para todo e qualquer lugar sem o devido conhecimento, porque não se aprofundam na coisa pública. “Estão” candidatos por estarem, e isso faz com que exista uma assembleia legislativa e um congresso muito heterogêneo, que no mais das vezes coloca seus interesses pessoais acima dos interesses coletivos.
Acredito que uma reforma política deveria determinar um volume de votos mínimos para cada partido ter direito a uma vaga dentro da câmara ou congresso nacional, estabelecer até a discussão de voto distrital, abrindo um amplo debate sobre essa questão, e de todas as regras. Isso vai fortalecer os partidos e conseguiríamos fazer com que a sustentação do futuro governo fosse discutida em cima de propostas e ideias, e não sobre qual ministério será dividido entre os apadrinhados! A negociação seria com base política, como é em países avançados.
O presidente ganhou as eleições mas não tem a maioria do congresso? Então vai ter que buscar sustentação política para que possa ter governabilidade. Discute-se com os partidos que ganharam assentos no congresso como compor seu plano de governo, readequar seu plano de metas de acordo com os interesses desses partidos, que lhe darão sustentação.
É urgente uma discussão mais ampla da sociedade, do País que nós queremos. Porque, a continuar, as definições serão dos bastidores, na tentativa de costurar benefícios individuais para cada partido. É um problema sério, que precisa ser enfrentado para que possamos acelerar o processo e resolver os problemas políticos da sociedade e, consequentemente, da vida das pessoas.
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