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quinta-feira, 25 de novembro de 2010

SÉRGIO GUERRA TENTA ENCERRAR CRISE INTERNA DO PSDB

O presidente nacional do PSDB, senador Sérgio Guerra (PE), teve que entrar em campo hoje para tentar pôr um ponto final no bate-boca público que alimenta a guerra interna entre tucanos de São Paulo e de Minas Gerais. "A grande verdade é que tratar de candidatura presidencial agora é uma ação que agride o bom senso e beira o ridículo", disse Guerra, passando um "pito" nas duas alas que disputam poder no partido.



A tensão entre paulistas e tucanos atingiu seu ponto máximo esta semana, quando o presidente do PSDB de Minas, deputado Narcio Rodrigues, cobrou dos paulistas o respeito à "fila de presidenciáveis" da legenda, onde, a seu ver, o senador eleito Aécio Neves ocupa hoje o primeiro lugar.


Guerra adverte que, em vez de fazer ataques, os tucanos devem se esforçar para que não apenas os líderes, mas também os eleitores dos dois Estados onde se concentra a principal base política do PSDB, caminhem juntos em torno de um projeto nacional.

Em tom ameno, o senador Eduardo Azeredo (PSDB-MG) admite que é muito cedo para tratar de sucessão e adverte que paulistas e mineiros precisam uns dos outros para chegar ao Palácio do Planalto. Mas lembra que, desde que foi criado em 1988, o PSDB só lançou paulistas à Presidência e que os mineiros entendem que Aécio é o próximo candidato.


"Vão ter que nos engolir", declarou Narcio Rodrigues ao jornal O Estado de S. Paulo ontem, em resposta à entrevista do presidente do PSDB da capital paulistana, José Henrique Reis Lobo, ao Portal do Estadão no final de semana. Na fala de Lobo, Aécio foi citado apenas como um nome em meio ao "conjunto de novas lideranças que emergiu das urnas". Narcio afirmou que não reconhecia autoridade em Lobo para discutir o projeto nacional.


Embora o presidente nacional do partido tenha feito sua intervenção em tom de advertência a todos, esta afirmativa do mineiro mereceu um puxão de orelhas em particular. "O companheiro Lobo é pessoa conhecida no partido, preside o diretório municipal de São Paulo e tem todo o direito de emitir seus pontos de vista", defendeu Guerra, lembrando que também tomara a defesa dos mineiros quando Xico Graziano, que trabalhara na campanha do candidato José Serra, insinuou na rede de microblogs twitter que Aécio era o culpado pela derrota em Minas Gerais.


Antes de Guerra se manifestar, o próprio Lobo redigiu uma nota em resposta a Narcio Rodrigues. Disse aos companheiros que iria pôr panos quentes na fervura da briga, mas abriu o texto de 11 linhas dizendo que o deputado mineiro não leu sua entrevista ao Portal, "ou está querendo um pretexto para polemizar". Afirmou que não há uma palavra sua que possa ser tomada como "desconsideração pelo nome de Aécio Neves como candidato a presidente em 2014", mas deixou claro nas entrelinhas que não raciocina com o conceito da fila de presidenciáveis.


Lobo argumentou que este assunto não estava em pauta e que considera "prematuro" discutir quem será o candidato daqui a quatro anos. Em seguida, afirmou que, "se o nome do senador mineiro vier a ser escolhido, tem certeza de que o PSDB de São Paulo trabalhará sem tréguas para elegê-lo". E arrematou em tom de ironia, dizendo que a expressão "vão ter que nos engolir" não era a "mais elegante para se referir aos paulistas".

Christiane Samarco - Agência Brasil

quinta-feira, 18 de novembro de 2010

PSDB quer modernizar partido e adotar tom mais critico ao governo

TUCANOS VÃO MONTAR GRUPO DE TRABALHO PARA SE PREPARAR PARA AS CONVENÇÕES DE 2011


O PSDB desencadeará ainda este ano uma ação de reestruturação e modernização do seu programa partidário. O objetivo, segundo o presidente nacional da legenda, senador Sérgio Guerra (PE), é preparar o partido para as convenções municipais, estaduais e nacional que acontecem, respectivamente, em março, abril e maio de 2011.

Um grupo de trabalho foi escalado para coletar sugestões de dirigentes e filiados. O assunto foi um dos temas tratados nesta quinta-feira (18) em reunião da Executiva Nacional. Guerra afirmou que o eleitorado que votou em José Serra nas eleições presidenciais de outubro deixou algumas mensagens, entre elas, a de que deseja que o PSDB seja um partido com melhor identidade, transparência e firmeza.

Guerra afirmou que as bancadas do partido na Câmara dos Deputados e no Senado que assumirão a partir de fevereiro de 2011 terão “posturas mais críticas ao governo” do que sua atuação nos oito anos de mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

- A oposição, quanto menor for, mais incisiva tem que ser e não faltarão vozes para isso.

Nos próximos dias, o comando peessedebista pretende realizar uma reunião ampliada com a participação de parlamentares eleitos, como o senador Aécio Neves (MG), governadores e lideranças nacionais para definir a estratégia de trabalho e colher sugestões iniciais de reformulação partidária.

O presidente do PSDB, Sérgio Guerra, disse que, em um primeiro momento, os tucanos vão desenvolver ações para aumentar o quadro de “filiados ativos” bem como a maior presença partidária nos municípios.

O governador eleito de Alagoas, Teotônio Vilela Filho, por sua vez, pretende reunir, em Maceió, na próxima semana, todos os governadores do PSDB para preparar uma agenda com as demandas dos chefes dos executivos estaduais.

- A ideia é discutir uma agenda de trabalho do partido para o futuro.

O objetivo, acrescentou ele, é fortalecer o caráter programático do PSDB desvinculando-o do calendário eleitoral que apenas reflete um momento da política nacional. O peessedebista alagoano também falou sobre a reedição da CPMF(Contribuição sobre a Movimentação Financeira), um tema sensível aos governadores, uma vez que reforçaria o caixa dos Estados ao delegar à União a aplicação destes recursos na saúde pública.

- Que a saúde ganharia muito [com a CPMF] em Alagoas é uma realidade, mas vou acompanhar a decisão do meu partido.

O comando nacional do PSDB já tem uma posição firmada sobre a reedição da CPMF. Para Sérgio Guerra, esse assunto tem que ser tratado no âmbito de uma reforma tributária e não isoladamente.

Da agência Brasil

quinta-feira, 4 de novembro de 2010

É hora de agradecer


É hora de agradecer, em nome do PSDB, os votos, a confiança e principalmente o trabalho que todos vocês - candidatos, colaboradores, militantes e simpatizantes - fizeram nas ruas e na internet. Foi com a força de vocês que o PSDB saiu maior, mais forte e mais unido destas eleições de 2010.

Elegemos oito governadores de importantes estados e mantivemos bancadas representativas no Congresso Nacional e nas Assembléias Legislativas. Para presidente e vice, nossas propostas receberam o apoio de 43,7 milhões de brasileiros.

Vocês sabem que nada nesta caminhada foi fácil. E nós sabemos que sem vocês não teríamos força para chegar aonde chegamos. Sabemos também que temos pela frente a tarefa de fazer o nosso partido avançar muito mais na sua organização e na sua integração com a sociedade.

Nunca fomos, e não seremos agora, a favor do quanto pior melhor. Entretanto, as urnas deram ao partido a obrigação de fazer uma oposição forte, sem concessões. E para defender bandeiras como a defesa da liberdade de pensamento e do respeito às leis, nós precisamos, mais do que nunca, da ajuda permanente de vocês.

A luta pela democracia não se faz só em época de eleição, mas todos os dias; em todos os lugares, reais ou virtuais. Para essa grande tarefa de fiscalização do governo e de difusão dos nossos ideais, contamos com vocês.

Muito obrigado,

Forte abraço,

Senador Sérgio Guerra (PE)

Presidente Nacional do PSDB

Discurso da derrota de José Serra tem choro e aplausos,candidato cita hino nacional para dizer que não fugirá da luta


Com olhos marejados, semblante de decepção e sob aplausos de quem o esperava. Foi assim que o candidato José Serra (PSDB) chegou ao comitê central de sua campanha, no centro de São Paulo, duas horas e meia depois da divulgação de sua derrota na disputa pela Presidência da República e da vitória da petista Dilma Rousseff.

Ao descer do carro, na porta do comitê, uma sequência de abraços o aguardava. Jarbas Vasconcelos (PMDB-PE), Rodrigo Maia (DEM-RJ) e Roberto Freire (PPS-SP) compunham o batalhão de aliados vindos de todo o país que se revezavam para consolar o candidato desolado. No palco, faltou espaço para tanta gente.
Logo que começa a falar, o discurso foi interrompido pelo som de uma TV que vazava pelas caixas de som. A propaganda anunciava o próximo capítulo do Vale a Pena Ver de Novo, mas, embora a história tenha se repetido para o tucano oito anos depois, o programa anunciado não era sobre Serra.

O discurso prossegue e, em tom de agradecimento, as interrupções agora eram por conta dos aplausos da plateia, formada por militantes que estiveram no comitê ainda durante a apuração, na esperança de uma virada e, depois do resultado, permaneceram para devolver o agradecimento.

- Não vim aqui pra falar da frustração, mas da confiança e da esperança. Nesses meses duríssimos em que enfrentamos forças terríveis.

Próximos a Serra, assessores que sofreram ao lado do candidato os “meses duríssimos” choravam. Na plateia, as lágrimas também rolavam. E mais aplausos.

Verônica Serra, filha do candidato e que teve seu nome ligado a escândalos durante a campanha, gravava em sua câmera digital o discurso emocionado do pai. Foi ela que, enquanto o tucano listava os nomes que ganhariam um “agradecimento especial”, cochichou o do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso no ouvido do candidato, que perguntou no microfone.

- O Fernando Henrique está aqui?

Não estava.

Lembrando discurso emocionado que fez durante a campanha, pouco antes do primeiro turno, Serra encerrou sua fala derradeira citando versos do hino nacional, incentivando um coro de militantes.

- Mas, se ergues da justiça a clava forte, verás que um filho teu não foge à luta, nem teme, quem te adora, a própria morte.

O recado estava dado.