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sábado, 5 de junho de 2010

PSDB quer explicações de Dilma sobre novos dossiês


O senador Sérgio Guerra (PE), presidente nacional do PSDB, cobrou explicações da pré-candidata oficial à Presidência da República, a ex-ministra Dilma Rousseff (PT), sobre a produção de falsos dossiês contra políticos tucanos.


Em entrevista à Folha de S. Paulo, Guerra disse que a ex-ministra não pode "se esconder, mais uma vez", fazendo referência a um dossiê feito pela Casa Civil para atingir o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso e a ex-primeira dama Ruth Cardoso. Guerra, que lamentou a reincidência, disse que as pessoas contratadas pela campanha petista estão envolvidas em "ações sujas".


Veja desta semana revelou que integrantes da campanha da ex-ministra teriam ensaiado a produção de dossiê para atacar o pré-candidato à Presidência, José Serra (SP). O documento teria como alvo principal Verônica Serra, filha do ex-governador.


Nas eleições de 2006, um grupo petista já tinha tentado comprar um falso dossiê contra tucanos, a um valor de R$ 1,7 milhão. A ação foi interceptada pela Polícia Federal, mas a origem do dinheiro permanece um mistério. Por sua gravidade, o caso foi classificado pelo próprio presidente Luiz Inácio Lula da Silva como "o escândalo dos aloprados".

Veja entrevista de Sérgio Guerra à Folha de S. Paulo:
Presidente do PSDB cobra Dilma sobre "ações sujas"
O presidente do PSDB, senador Sérgio Guerra (PE), disse em entrevista à Folha que pessoas contratadas pela campanha de Dilma Rousseff estão envolvidas em "ações sujas" e cobrou que a candidata petista venha a público "se explicar".


Guerra disse que a ex-ministra não pode "se esconder, mais uma vez", como quando a Casa Civil produziu um dossiê para atacar o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso e a ex-primeira dama Ruth Cardoso.


"Tem que dizer quem fez, quem paga, quem está cuidando desses dossiês", disse Guerra, referindo-se à papelada que supostamente foi produzida por um "grupo de inteligência" do comitê da campanha petista com o intuito de atacar o pré-candidato tucano a presidente, José Serra.Ele disse que os partidos que apoiam Serra (PSDB, DEM e PPS) vão se reunir amanhã para decidir quais medidas concretas poderão tomar nesse caso.
FOLHA - Como o sr. vê esse episódio?
SÉRGIO GUERRA - Essa questão não é nem com o Fernando Pimentel (um dos coordenadores nacionais da campanha de Dilma), nem com os aloprados, nem com a ministra Erenice Guerra (Casa Civil). É com a Dilma mesmo. Os aloprados de plantão, gente que montou uma fábrica de dossiês, estão a serviço da campanha dela, trabalhando para ela, em processos que nem nós nem o Brasil aceitam.
FOLHA - Na campanha de 2006, o PT também tentou comprar um dossiê contra o Serra.
GUERRA - É o modus operandi deles. A montanha de dinheiro que apareceu para ajudar o candidato do PT em São Paulo até hoje ninguém sabe a origem dela. No episódio do dossiê contra a dona Ruth, a ministra Dilma desconversou, não explicou nada. Tem que dizer quem fez, quem paga, quem está cuidando desses dossiês. No nosso campo, não tem ninguém pensando em dossiê contra ninguém.
FOLHA - Esse chamado "grupo de inteligência" do PT acusa o PSDB de também manter uma estrutura de investigação na campanha, que seria coordenada pelo deputado Marcelo Itagiba (PSDB-RJ).
GUERRA - O Marcelo Itagiba está disputando um mandato de deputado federal no Rio, não passa nem pela campanha do Serra. Está a quilômetros da campanha do Serra. Mentira pura, fraude, safadeza. Não tem nada disso.
A campanha deles já demonstrou para quem quisesse ver que não respeita a lei, que se utiliza de gente sem responsabilidade para fazer acusações de baixo nível e agora reúne gente para organizar dossiê contra candidatos que competem com eles. Isso é um absurdo, nós não aceitamos isso. Nós temos conduzido a nossa conversa com o PT em outro padrão. Divergência sim, mas no limite da convivência respeitosa.
FOLHA - O PSDB vai tomar alguma medida concreta contra isso?
GUERRA - Amanhã teremos reunião da bancada. Já conversei com o presidente do DEM (Rodrigo Maia) e do PPS (Roberto Freire). Nós não vamos deixar isso por menos.
Mas o principal é que a candidata Dilma fale, explique e se justifique. Não dá para se esconder também nessa. Ela nunca explicou nada. Não se explicou no episódio da dona Lina [Vieira, ex-secretária da Receita Federal], não se explicou no caso do dossiê da Dona Ruth, no episódio do currículo [em que havia informação incorreta que Dilma havia completado mestrado na Unicamp]. É um padrão que ela está demonstrando. Vamos ver agora onde ela vai se esconder diante de um fato desse gravidade. Uma campanha organizando dossiê contra uma outra campanha, secreto, escondido, vergonhoso. Isso não pode perdurar. Nós não tratamos assim os nossos concorrentes. Não os tratamos como inimigos, mas como adversários.
Do nosso ponto de vista, ganhar, perder faz parte da luta. Importante é que no final a democracia e o país melhorem. Não é promovendo ações sujas que o país vai progredir.


Fonte: Agência Tucana com Folha de S. Paulo

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