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segunda-feira, 11 de abril de 2011

SEMEGHINI É ELEITO PRESIDENTE DO DIRETÓRIO MUNICIPAL DO PSDB DE SÃO PAULO


São Paulo - Depois de uma negociação tensa entre o Palácio dos Bandeirantes - sede do governo paulista - e a Câmara de Vereadores da capital, o PSDB paulista elegeu ontem o secretário estadual de Gestão Pública, Júlio Semeghini, para conduzir o diretório municipal da sigla. Dos 71 votos possíveis ele recebeu 70. Já a escolha dos 70 membros titulares do diretório e seus 24 suplentes, prevista para ocorrer na mesma votação, não ocorreu. Um acordo selou a proposta de que essa definição ocorra em uma reunião na próxima quinta-feira (14), ainda sem local definido.

A eleição de Semeghini significa, na prática, que o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, terá peso significativo na escolha do candidato da sigla para a Prefeitura de São Paulo.

Publicamente, embora tenha admitido que ainda é cedo para discutir o assunto, Alckmin defendeu que o ex-governador José Serra seria o melhor nome para a disputa. No entanto, se Serra não aceitar a missão, como vem manifestando, a candidatura será escolhida entre os secretários estaduais José Aníbal (Energia) e Bruno Covas (Meio Ambiente), e o titular da Secretaria Municipal de Esportes da capital, Walter Feldmann, que corre por fora.



Aníbal, muito próximo de Alckmin, abriu mão de disputar o Senado em 2010 depois de ferrenha disputa interna. Bruno, neto do governador Mário Covas, também tem a simpatia do governador e o cacife de quase 240 mil votos na eleição para deputado estadual, o mais votado do País.



Passada a escolha do diretório municipal, o PSDB volta às urnas na primeira semana de maio para eleger o deputado estadual Pedro Tobias para a direção estadual.

"A condução do Tobias à presidência do partido foi uma convergência natural", afirma o presidente estadual, Mendes Thame.



Em 29 de maio o partido promoverá sua convenção nacional, com forte tendência para reeleger o senador Sérgio Guerra ao posto.



Embate nacional

Se, por um lado, o DEM assiste à perda de quadros provocada pela fundação do PSD, pelo prefeito da capital, Gilberto Kassab, o PSDB não fica para trás.

Nacionalmente, o senador mineiro Aécio Neves se lança como estandarte da oposição ao discursar contra o PT e o governo de Dilma no plenário do Senado sob o olhar atento do ex-governador José Serra. Enquanto o primeiro tenta se credenciar desde cedo como candidato à Presidência em 2014, Serra afirma que é um erro precipitar esse debate.

"Acho um erro. Acho tudo uma falsa questão fazer tudo pela ótica de 2014", condenou Serra.

Recentemente, o paulista vem acumulando derrotas na queda de braço com o mineiro. Embora a convenção nacional esteja marcada para 28 de maio, a articulação para reconduzir o senador Sérgio Guerra à presidência nacional da sigla segue de vento em popa. Aliados do ex-governador que tentaram emplacar sua candidatura à presidência do partido se conformaram com a criação de um Conselho Político, também a ser presidido por Serra, que teria poderes para influir no destino da sigla. No entanto, o partido decidiu que os poderes do conselho deveriam ser esvaziados.

A divergência entre os dois maiores quadros políticos do tucanato não se atém somente às eleições presidenciais. Os dois postulantes ao Planalto percorrem caminhos distintos igualmente quando o tema é a reforma política, uma das bandeiras de Serra na eleição passada.

Em um seminário promovido pelo partido em Brasília na última semana, José Serra defendeu o sistema distrital misto a ser adotado já nas eleições de 2012, enquanto Aécio Neves convocou seus pares a apoiar o fim das coligações nas eleições proporcionais, cláusula de barreira, fidelidade partidária e fim da reeleição com mandato ampliado para cinco anos, todos estes pontos foram contemplados pela Comissão Especial de Reforma Política do Senado Federal.

Repercussão

Mendes Thame comentou que não vê o isolamento de Serra na sigla e defendeu que o debate de 2014 não seja lançado agora.

"Eu não vejo esse cerceamento ao Serra. Talvez porque as pessoas de fora têm essa ideia. Acompanho a vida partidária e, pelo contrário, ele [Serra] tem participado de palestras, ido a Brasília com frequência e mantido diálogo com a bancada", enumerou.

Sobre 2014, Thame defendeu que o partido se utilize do estatuto das prévias para escolher seus candidatos. Também colocou que é precipitado debater candidaturas tanto à prefeitura quanto à Presidência imediatamente.

"O estatuto do partido já prevê essa alternativa e eu a defendi no ano passado. No entanto, como se construiu o consenso anteriormente, as prévias não aconteceram. Eu acho que é o melhor instrumento de debate de que o partido dispõe para construir candidaturas fortes", afirmou o deputado acrescentando que "é cedo para escolher candidato a prefeito agora. Eu defendo que seja escolhido no mês de janeiro do ano da eleição. E se acredito que a escolha de um candidato a prefeito é precipitada agora, digo o mesmo para a candidatura à Presidência. Antecipar esse debate é colocar o carro na 'frente dos bois'", finaliza o político.

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