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terça-feira, 4 de outubro de 2011
ALCKMIN REAGE A PSD E MIRA CAPITAL
GOVERNADOR REÚNE VEREADORES,SERRA E PRÉ CANDIDATOS TUCANOS A PREFEITURA PARA DIVULGAR INVESTIMENTOS DE R$ 23 BI DO ESTADO E NO MUNICIPIO
Seis dias após o prefeito Gilberto Kassab obter o registro do PSD no Tribunal Superior Eleitoral, o governador Geraldo Alckmin (PSDB) fez um contra-ataque político na cidade de São Paulo, principal cenário da batalha eleitoral de 2012. Num encontro inédito ontem à noite na Câmara Municipal, ele se reuniu com os vereadores, com dois ex-governadores (José Serra e Alberto Goldman) e com os quatro pré-candidatos tucanos à Prefeitura de São Paulo para divulgar os R$ 23 bilhões que o Estado pretende investir na capital paulista até o fim de seu governo. Pediu unidade e falou da importância da vitória na maior cidade do País.
Acompanhado dos principais nomes de sua administração, Alckmin deu, publicamente, a largada na discussão sobre a eleição em 2012, diante dos pré-candidatos Bruno Covas, Ricardo Trípoli, Andrea Matarazzo e José Aníbal. "Será um grande desafio de fortalecer o partido em todo Brasil e no Estado de São Paulo", anunciou o governador, antes de citar os investimentos que pretende fazer na cidade até 2014. A vitória na capital é estratégica para Alckmin, que deverá tentar a reeleição ao Palácio dos Bandeirantes.
Para isso, os tucanos querem amarrar o novo partido de Kassab no projeto de 2012, o que daria mais força para enfrentar o candidato do PT, que contará com o apoio do governo federal. Ocorre que o prefeito sinalizou que, por enquanto, pretende lançar candidato próprio. O mais cotado é o vice-governador Guilherme Afif Domingos, que conta com o entusiasmo de setores tucanos para ser, até mesmo, o cabeça de chapa. Aliados do prefeito dizem que ele poderia apoiar Alckmin em 2014 em troca do apoio a Afif no ano que vem.
Aliados de Alckmin, no entanto, apostam que o prefeito também tem como plano se candidatar a governador em 2014. Dizem ainda ser pouco provável o PSDB abrir mão da cabeça de chapa na eleição para a Prefeitura. Na reunião de ontem, o presidente municipal do PSDB e secretário de Gestão Pública, Julio Semeghini, chegou a mencionar a reeleição do governador como fator importante na estratégia municipal.
Serra também citou os investimentos feitos na capital, tanto em sua gestão de prefeito (2005- 2006), como na de governador (2007-2010). "Vamos fazer uma campanha apresentando aquilo que foi feito na cidade", declarou ao mencionar, entre outros projetos, as Amas (Assistência Médica Ambulatorial), as escolas técnicas e o bilhete único, que foi expandido para o metrô na sua gestão como prefeito.
"Isso é importante porque nos dá discurso", afirmou o líder do PSDB na Câmara Municipal, Floriano Pesaro, sobre os investimentos que os tucanos citaram.
JULIA DUAILIBI - O Estado de S.Paulo
segunda-feira, 3 de outubro de 2011
PSDB ANUNCIA NETO DE COVAS COMO PRÉ-CANDIDATO À PREFEITURA DE SÃO PAULO
O Secretário Estadual de Meio Ambiente de São Paulo, Bruno Covas (PSDB), oficializou a transferência de seu domicílio eleitoral de Santos, sua cidade natal, no litoral do Estado, para a capital paulista. Com a mudança, o neto do ex-governador Mário Covas entra oficialmente para a disputa interna à candidatura à prefeitura de São Paulo pela legenda tucana.
A iniciativa foi anunciada em um evento realizado na sede do diretório estadual do PSDB na segunda-feira. Na ocasião, o presidente do diretório municipal do PSDB-SP e Secretário de Gestão Pública do Estado, Julio Semeghini, celebrou o novo integrante das prévias. "São Paulo precisa de novos líderes e com certeza Bruno enriquecerá a disputa interna."
Covas defendeu as prévias para definir o nome da legenda a disputar a prefeitura como "a maneira mais democrática na escolha do candidato". "É necessário que se ouça a militância e eu confio plenamente na direção do meu partido. Será decidido o que for melhor para a população e para o PSDB."
Com a mudança, passam a ser quatro os pré-candidatos que devem disputar as prévias do partido na capital: Bruno Covas, o deputado federal Ricardo Tripoli, o Secretário Estadual de Energia, José Aníbal, e o Secretario Estadual de Cultura, Andrea Matarazzo.
segunda-feira, 25 de julho de 2011
EM SÃO PAULO,PSDB QUER QUE FILIADOS ESCOLHAM CANDIDATOS
O PSDB paulistano começou a formatar uma campanha de filiação, que será lançada no mês que vem, com o objetivo de preparar o partido para as prévias que podem definir o candidato tucano a prefeito de São Paulo em 2012. Enquanto o PT articula para que haja um consenso em torno do nome que disputará a prefeitura pela legenda, os tucanos alegam que, desta vez, são a favor de que o candidato seja escolhido pelos filiados do PSDB.
Hoje, há cerca de 10 mil pessoas filiadas ao PSDB paulistano. A ideia é que, por meio da nova campanha de filiação, esse número ultrapasse os 15 mil. "A gente está articulando para ter um colégio mais amplo e mais representativo. Assim poderemos promover um debate mais aberto", declarou o presidente do diretório municipal do PSDB, Julio Semeghini. A direção do partido quer prévias logo no começo de 2012.
O governador Geraldo Alckmin é o principal entusiasta da ideia, da qual pode se beneficiar, caso seja instituída nacionalmente para a escolha dos futuros candidatos à Presidência da República pelo PSDB. Apesar de muitos tucanos verem com ceticismo a criação das prévias - instrumento nada tradicional na história da legenda -, poderia ser uma solução num cenário com indicados de diversos grupos do PSDB.
Alckmin defende que o candidato seja o ex-governador José Serra. Ele, no entanto, diz não ter interesse na disputa e apoia a candidatura do secretário estadual de Cultura, Andrea Matarazzo. O secretário estadual José Aníbal (Energia) e o deputado Ricardo Tripoli também tem interesse em se candidatar.
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
Hoje, há cerca de 10 mil pessoas filiadas ao PSDB paulistano. A ideia é que, por meio da nova campanha de filiação, esse número ultrapasse os 15 mil. "A gente está articulando para ter um colégio mais amplo e mais representativo. Assim poderemos promover um debate mais aberto", declarou o presidente do diretório municipal do PSDB, Julio Semeghini. A direção do partido quer prévias logo no começo de 2012.
O governador Geraldo Alckmin é o principal entusiasta da ideia, da qual pode se beneficiar, caso seja instituída nacionalmente para a escolha dos futuros candidatos à Presidência da República pelo PSDB. Apesar de muitos tucanos verem com ceticismo a criação das prévias - instrumento nada tradicional na história da legenda -, poderia ser uma solução num cenário com indicados de diversos grupos do PSDB.
Alckmin defende que o candidato seja o ex-governador José Serra. Ele, no entanto, diz não ter interesse na disputa e apoia a candidatura do secretário estadual de Cultura, Andrea Matarazzo. O secretário estadual José Aníbal (Energia) e o deputado Ricardo Tripoli também tem interesse em se candidatar.
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
segunda-feira, 20 de junho de 2011
FERNANDO HENRIQUE CARDOSO EM OITO RETRATOS
I - Quem ele é
Sozinho numa estação de trem da Europa, tendo deixado a presidência da República há poucos meses, Fernando Henrique Cardoso notou que uma mulher, a alguns metros de distância, não tirava os olhos dele. Retribuiu o interesse. Então a mulher, uma brasileira, finalmente se aproximou e disse assim:
- Sei quem é você.
- Sabe mesmo?
- Sei, sim.
- Sabe nada...
- Você é um artista da Globo. Não é?
II - Pisando no tomateiro
FHC era o líder do PMDB no Senado. E a VEJA tinha um acordo com ele: as quintas ou sextas-feiras, despachava um repórter para ouvi-lo em off sobre os temas mais candentes da semana.
A jornalista Cecília Pires cumpriu esse papel ao longo de 1985. Mas quando voltou a procurá-lo em meados de fevereiro do ano seguinte, ela trocara a VEJA pelo Jornal do Brasil. E imaginou que ele soubesse. Sua assessoria sabia.
Ao cabo da conversa, Ana Tavares, a devotada e eficientíssima assessora de imprensa de FHC, telefonou para ele e perguntou:
- E a entrevista?
- Acho que a VEJA vai gostar.
- VEJA??? Você falou para o Jornal do Brasil! - ela respondeu, antevendo o desastre.
O que disse FHC foi manchete de capa do jornal. Sem meias palavras, ele chamou Sarney de fraco e de incompetente. Apontou as principais mazelas do governo. E conclamou o povo a sair às ruas exigindo a antecipação das eleições diretas para presidente da República.
Uma semana depois de publicada a entrevista, o governo lançou o Plano Cruzado, que congelou preços e salários. A popularidade do presidente bateu a casa dos 90% em menos de um mês.
Em todo o país, pessoas saíram às as ruas carregando botons onde estava escrito: "Sou fiscal de Sarney". Ai dos comerciantes que reajustassem seus preços.
Os fiscais mais ousados decretaram o fechamento de supermercados. E foram obedecidos.
“Eu pisei no tomate quando me referi a Sarney como a vanguarda do atraso”, debochou na época o ex-ministro da Justiça, Fernando Lyra. “Mas Fernando Henrique pisou no tomateiro”.
O Cruzado deu errado rapidinho - em menos de um ano.
Manifestantes frustrados com o fracasso do plano apedrejaram no Rio de Janeiro o ônibus com Sarney e sua comitiva. E FHC voltou a espicaçar Sarney.
Perguntei-lhe um ano depois como via a crise - a inflação em alta, o PMDB rebelado contra Sarney, os demais partidos insatisfeitos.
- A crise viajou - retrucou ele.
Sarney estava fora do país em viagem oficial.
III - Do que mais gostava
Convidado em 1992 pelo presidente Itamar Franco para ser ministro das Relações Exteriores, FHC deslumbrou-se com o cargo. Amava as viagens internacionais e a corte que lhe faziam os diplomatas.
Como chanceler tinha direito a ocupar um apartamento dentro do prédio do ministério onde costumava tomar café todas as manhãs enquanto se inteirava do que ocorria no mundo.
Um dia, sua assessora de imprensa, Ana Tavares, que o chamava de FH quando estavam a sós, advertiu-o:
- Você tem que cuidar de São Paulo, receber vereadores em audiências, desse jeito não se elegerá sequer deputado federal.
Era o que pensavam também os amigos mais próximos dele.
Um ano depois, FHC foi promovido a ministro da Fazenda. Acabou se elegendo presidente nas asas do Plano Real, que sucedeu o Plano Cruzado, derrotando a inflação.
“Presidência da República não é meta, é destino”, lembrou-lhe mais de uma vez o senador Antônio Carlos Magalhães (BA).
IV - A perda da cátedra
Um dos primeiros compromissos da campanha presidencial de 1994 obrigou FHC a falar para uma platéia de agricultores rudes e políticos do PSDB de Juazeiro do Norte, Ceará.
O salão alugado pelo partido estava cheio e ele, pouco à vontade.
Entre menções ao alemão Max Weber, um dos pais da Sociologia, e à estabilidade monetária, contou que se opusera à ditadura militar de 64. Por isso fora preso, encapuçado e perdera a cátedra.
Na hora dos cumprimentos, ouviu de um homem atarracado, de voz grave e dono de um forte aperto de mão:
- Esse negócio da cátedra... Não se preocupe com o que aconteceu. Você é homem! É macho! Todo mundo sabe disso. E foi por uma boa causa.
V - O diabinho que mora em Serra
No fim do seu primeiro mandato como presidente da República, FHC não agüentava mais ouvir José Serra criticar Gustavo Franco, diretor do Banco Central, do qual divergia por causa da política de câmbio.
Um dia deu a entender a Serra que demitiria Franco – e Serra, como de hábito, apressou-se a espalhar a notícia.
FHC demitiu o outro Gustavo, Loyola, presidente do Banco Central. E nomeou Franco para o lugar dele.
- Eu era refém de Gustavo Franco – justificou-se FHC mais tarde. “Se o tirasse de lá, precipitaria a desvalorização do real”.
O real foi desvalorizado tão logo FHC tomou posse pela segunda vez.
Sobre Serra, confidenciou a um amigo:
- Se eu fosse mulher e Serra me cantasse, eu daria logo pra ele. Do contrário minha vida viraria um inferno. O problema de Serra não é Serra, é o diabinho que existe dentro dele.
VI - Sucessão pela esquerda
Na noite em que se elegeu presidente da República pela segunda vez novamente derrotando Lula, FHC jantou no Palácio do Alvorada na companhia de amigos.
Por uma vantagem estreita de votos não seria obrigado a disputar o segundo turno. Se disputasse, talvez perdesse.
FHC vaticinou quando a sobremesa começou a ser servida:
- Meu sucessor vai sair da esquerda. Será Covas ou Lula. Covas está doente. Em breve chamarei Lula para uma conversa.
Mário Covas (PSDB) era governador de São Paulo. Sofria de câncer. Morreu em 2001 sem completar o segundo mandato. No ano seguinte, Lula se elegeu pela primeira vez derrotando Serra.
VII - Avalizando Lula
A campanha presidencial de 2002 estava pelo meio quando FHC convidou Lula para uma conversa particular no Palácio do Alvorada. Antes conversara com os outros candidatos.
- O que você acha? – perguntou Lula.
- Acho que você vai ganhar. Mas precisa fazer um gesto para acalmar o mercado financeiro e os investidores internacionais - aconselhou FHC.
Pouco tempo depois, Lula divulgou a Carta aos Brasileiros onde prometia manter os fundamentos da política econômica de FHC.
Em telefonemas para os presidentes dos Estados Unidos, Bill Clinton, do FMI e do Banco Mundial, FHC avalizou a promessa de Lula.
Enquanto isso, Serra fazia campanha como se fosse candidato de oposição.
VIII - O sonho da volta ao poder
Antes de passar a faixa presidencial para Lula, FHC admitiu que só haveria uma hipótese de ser candidato no futuro a um terceiro mandato: se o país fosse atingido por uma grande crise e se tornasse ingovernável. Nesse caso, disputaria a presidência para implantar mais tarde o regime parlamentarista de governo. Não queria ser primeiro-ministro, mas Chefe de Estado.
sexta-feira, 17 de junho de 2011
O ALTO PREÇO DO SIGILO - GOVERNO DO PT SUGEITA OBRAS BILIONÁRIAS DE MEGAEVENTOS ESPORTIVOS A TODO O TIPO DE MANIPULAÇÃO E FALCATRUA
Com a aprovação do texto-base da MP 527, o governo do PT sujeita as bilionárias obras da Copa e das Olimpíadas a toda a sorte de manipulações e falcatruas. O alerta é o Instituto Teotonio Vilela em sua Carta de Mobilização Política desta sexta-feira (17). “Orçamentos de bilhões resguardados por sigilo só têm serventia para quem quer fazer negócios escusos. O que hoje é transparente e aberto à fiscalização da sociedade foi transformado em ouro em pó para ser negociado no câmbio negro pelo petismo”, diz trecho do documento. Para o órgão de estudos e mobilização política do PSDB, “o gramado está livre para a corrupção”. Leia abaixo a íntegra:
O governo do PT conseguiu nesta semana o que tanto perseguiu: tornar as bilionárias obras da Copa e das Olimpíadas uma ação entre amigos, sujeitas a toda a sorte de manipulações e falcatruas. A MP 527, cujo texto-base foi aprovado na noite de quarta-feira na Câmara, cria um verdadeiro balcão de negócios sob pretexto de agilizar os eventos esportivos que o país sediará em 2014 e 2016. Protegida por sigilo, a corrupção ganhará os gramados.
A medida provisória proposta pelo governo implode o rigoroso modelo de licitações adotado no país desde 1993. Para “flexibilizar” obras que teve oito anos para realizar, mas em quatro nada fez, a gestão petista aboliu a transparência dos contratos pagos com recursos públicos e concedeu à Fifa e ao COI (Comitê Olímpico Internacional) poderes acima de todas as esferas da República.
O texto aprovado com o voto de 272 governistas anteontem torna sigilosos os orçamentos das obras da Copa e das Olimpíadas e permite que seus custos sejam aumentados indefinidamente. Tudo ao abrigo da luz do sol, nos escurinhos onde as ilicitudes se movimentam com desenvoltura. É o ambiente onde o PT mais se sente à vontade.
Hoje a estimativa de custos de uma obra pública é divulgada no edital de licitação, calculada a partir de estudos e projetos previamente realizados. Vence quem se dispuser a realizar o serviço pelo menor preço. O valor pode até aumentar durante a execução, mas até um máximo de 25% para empreendimentos novos e 50% para reformas. Tudo isso cai por terra agora.
Com “caráter sigiloso”, o orçamento não será mais publicado de antemão, nem será divulgado ao longo da realização do empreendimento. Só “estritamente” órgãos de controle o conhecerão, e depois da obra. As empreiteiras ficarão responsáveis por todo o pacote, desde o projeto até a entrega das chaves, sem fornecer seus detalhes. E os aditivos contratuais não terão mais limite – melhor seria dizer que o limite dos gastos será a estratosfera.
Há outros agravantes: pelo texto aprovado pela base aliada no Congresso, cabe tudo no novo “regime diferenciado” criado pela MP. Cidades que nem terão jogos da Copa, situadas a até 350 quilômetros das sedes, também poderão “flexibilizar” a contratação de obras. Empreendimentos que nada têm a ver com esportes também ficam livres de amarras; basta que estejam, de alguma forma, vinculados aos jogos.
Regras tão obscenas e danosas ao interesse público foram penduradas numa medida provisória cujo objeto era estruturar a Secretaria de Aviação Civil. Não bastasse isso, mudanças de última hora – como a que retirou o acesso permanente de órgãos de controle aos orçamentos – foram incluídas como contrabando na MP pelo relator, o deputado petista José Guimarães, antes célebre por ter tido um assessor detido com dólares na cueca.
As reações não tardaram a aparecer. O procurador-geral da República, Roberto Gurgel, considerou o novo regime diferenciado de contratações criado pelo governo do PT “escandalosamente absurdo”. A União dos Auditores Federais de Controle Externo alertou: “É mais complicado, demorado e custoso resgatar recursos públicos que já foram aplicados indevidamente do que, por meio de atuação preventiva, evitar que eles sejam gastos de maneira irregular, ineficiente ou ineficaz.”
“Corrupção e fraudes são pragas corriqueiras em obras públicas no Brasil. O governo federal conhece bem essa realidade. Parece mais empenhado em ocultá-la, contudo, do que em combatê-la”, manifesta-se a Folha, em editorial. Para O Estado de S.Paulo, também em editorial, a MP é um “verdadeiro habeas corpus preventivo para a bandalheira”: “O único interesse que essa obscenidade preservará será o da corrupção”.
O pior é que o governo Dilma nem esperou a aprovação da MP – que terá destaques votados na Câmara no próximo dia 28 e ainda passará pelo Senado – para dar uma banana para os órgãos de fiscalização.
A Folha de S.Paulo mostra hoje que, em ofício endereçado ao TCU, o Ministério dos Esportes avisa que a prestação de contas de novos contratos relacionados a obras e serviços contratados para a Copa, de valor estimado em R$ 10 bilhões, “vai depender da ‘conveniência do Poder Executivo’”. (Não custa lembrar que, em dois anos, os custos das arenas da Copa já subiram 58%.)
O padrão de opacidade que o PT quer impor à realização das obras da Copa e das Olimpíadas no Brasil só tem paralelo na China, mostra O Estado de S.Paulo. França, Coreia do Sul, Japão, Alemanha, África do Sul, Sidney, Atenas e Londres colocaram à disposição de sua população, de forma detalhada, o andamento dos gastos, em alguns casos com atualização em tempo real. Os próceres governistas, porém, desdenham do interesse do público brasileiro: “Se queremos sediar [a Copa], a regra é essa”, disse o líder do PT na Câmara, Paulo Teixeira.
Orçamentos de bilhões resguardados por sigilo só têm serventia para quem quer fazer negócios escusos. Imagine-se quanto uma empreiteira não pagará para conhecer a proposta de uma concorrente. O que hoje é transparente e aberto ao escrutínio e à fiscalização da sociedade foi transformado em ouro em pó para ser negociado no câmbio negro pelo petismo.
Felizmente este cheque em branco para a corrupção encontrará muita dificuldade para prosperar. Nas votações que estão por vir, o Congresso tem tudo para derrubar o acinte que os governistas aprovaram na noite de anteontem. O governo Dilma terá que pôr todos os seus tratores novamente em campo para institucionalizar a roubalheira. Sem a proteção do sigilo.
(Fonte: ITV)
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